ENEIDA MARTA
Juca desde cedo apostou no valor de Eneida e lhe proporcionou colaborações
em trabalhos de conceituados artistas como Aliu Bari (pioneiro da música
moderna guineense), Rui Mingas, Bonga, Manecas Costa, entre outros. Eneida já
também fez duetos com nomes como Dulce Pontes, Uxia, Bonga, entre outros.
Com o seu primeiro álbum, "Nô Storia" , editado pela Maxi Music, em 2001, e produzido por Juca Delgado, fez uma tournée por Cabo Verde, França, Holanda, Alemanha, Guiné-Bissau e Portugal que mereceu críticas muito favoráveis, tanto da parte do público como da parte dos media.
Com o seu primeiro álbum, "Nô Storia" , editado pela Maxi Music, em 2001, e produzido por Juca Delgado, fez uma tournée por Cabo Verde, França, Holanda, Alemanha, Guiné-Bissau e Portugal que mereceu críticas muito favoráveis, tanto da parte do público como da parte dos media.
Um ano mais tarde, Eneida lança o seu segundo trabalho "Amari"
[2002] (Maxi Music-Portugal). Com este trabalho, Eneida converteu-se numa nova
de referência musical e despertou o interesse de editoras como Putumayo
(sediada nos EUA), Club Star (alemã) e JPS Production (francesa). Tanto assim
que Eneida participou numa das compilações dedicadas à música das ex-colónias
portuguesas em África, An Afro-Portuguese Odyssey (Putumayo
2002), com um tema do seu primeiro CD, "Na Bu Mons". Esta
participação abriu-lhe as portas para o reconhecimento internacional da sua
espectacular voz, colocando-a em posições de topo nos meios de comunicação
social.
Eneida Marta esteve presente em inúmeros meios de comunicação social
internacionais -- incluindo no programa "Inside Africa" do
canal de TV CNN International -- e colaborou em diversas compilações, e
também em discos de conceituados artistas, no panorama musical africano. A
título de exemplo, destacam-se: "Guiné - S. Tomé" [2002],
compilação de artistas de Guiné-Bissau e São Tomé, "Para Além da
Música" [2003], disco editado por CIC-Portugal para
angariar fundos de ajuda humanitária para África, "Mindjer"
[2004], de artista guineense Nino Galissa, "Santa Mariazinha"
[2005], de artista angolano Caló, entre outros.
Em Janeiro de 2006 Eneida Marta apresentou o seu terceiro disco, "Lôpe
Kai" , editado pela Íris Music (França), a partir do qual
se inicia a sua primeira grande tournée europeia - Tour Lôpe Kai
2006-2007.
Em Julho de 2005, Eneida ficou em primeiro lugar na categoria de World
Music, num concurso que decorreu em Portugal, com a canção "Mindjer
Dôlce Mel". Com este tema vencedor, que também está incluído na
compilação "Acoustic Africa" , da Putumayo World
Music, gravou o seu terceiro videoclip.
Em Novembro de 2008, a organização da WOMEX 2008 (World Music Expo),
um dos maiores eventos no mercado profissional de World Music do planeta,
seleccionou a artista Eneida Marta para um showcase integrado na sua
programação oficial.
Esse evento juntou cerca de três mil delegados, mil e quatrocentas empresas
de mais de noventa países, tendo integrado mais de cinquenta showcases com
mais de quatro centenas de artistas provenientes de mais de quarenta países que
se dividiram por 5 palcos.
Nesse encontro de WOMEX 2008 (World Music Expo) Eneida interpretou
temas do seu último álbum, "Lôpe Kai" [2006]
(Iris Music), que deu origem à Tour Lôpe Kai e levou-a a pisar
alguns dos palcos mais prestigiados nos quatro cantos do mundo. Durante o
certame, Eneida fez saborear ainda temas do seu muito aguardado próximo álbum
previsto para antes de Setembro deste ano 2009.
E para nos provar que quem sabe, sabe, Eneida Marta acaba de se auto-desafiar com mais um projecto musical. A artista pensa gravar, num futuro próximo, uma colectânea com temas históricos de Angola, terra onde passou a maior parte da sua infância.
Eneida Marta e Juca Delgado exploram, ao desenvolver da suas obras musicais, uma grande variedade de estilos, Gumbé, Tina, Singa, Djanbadon, toques de Flamenco, de Gospel e assim como o Jazz -- naquilo que muitos consideram uma verdadeira fábrica de ritmo e da boa música.
Fim
N’PANS
Rapper guineense
triunfa na Rússia e vencer também em casa. O guineense,
Pansau Netchanda, conhecido pelo nome artístico de N’PANS, não precisa de apresentações na Rússia, pois trata-se do primeiro rapper negro a impor-se nos palcos russos, mas poucos conhecem o destino dramático deste jovem de Bissau.
Pansau Netchanda, conhecido pelo nome artístico de N’PANS, não precisa de apresentações na Rússia, pois trata-se do primeiro rapper negro a impor-se nos palcos russos, mas poucos conhecem o destino dramático deste jovem de Bissau.
Pansau chegou à União
Soviética em 1985, com apenas nove anos, para estudar na Escola Internacional
de Ivanovo, internato para filhos de dirigentes de partidos comunistas e de
movimentos de libertação nacional. “O meu pai, Binhenquerem Natchanda, fazia
parte do Governo da Guiné-Bissau, era próximo de Nino Vieira. Antes de eu vir
para a URSS, ele levou-me para eu me despedir do Presidente”, recorda Pansau, em
declarações à Lusa. “Eram muito amigos, mas, em 1986, Nino mandou matá-lo, foi
acusado de participar num golpe de Estado”, continua. Terminada a Escola de
Ivanovo, Pansau foi estudar para o Instituto de Construção de Perm (cidade da
Sibéria Ocidental), mas teve de abandonar os estudos devido a dificuldades
financeiras. “Para sobreviver, trabalhava como MC nos clubes de Perm e dançava.
Não tinha outros meios para subsistir”, acrescenta Pansau. Em 1994, muda-se
para Moscovo e forma um grupo de dança étnica com outros guineenses que
estudaram na Escola de Ivanovo. “Actuavamos nos espectáculos da cantora russa
Linda.
Dançavamos e eu estava
também encarregado da coreografia”, relata, sublinhando que rapidamente sentiu
necessidade de ser ele “o dono do próprio destino”. Em 1994, criou o grupo de
rap “Cash Brothers” com um russo e um congolês, mas o projecto terminou em 1999
com a morte do russo (overdose) e o desaparecimento do congolês (tráfico de
estupefacientes). “Fiquei sozinho e avancei com um novo projecto. Criei o grupo
BPJK, constituído por três guineenses e um haitiano. Rap, techno e muitos
concertos”, recorda. Mas a fama chega quando Pansau e o rapper russo Ligalize
gravam um remix da canção “Maço de Cigarros”, do cantor de rock russo Victor
Tsoi, um dos ídolos da juventude soviética na era das reformas de Mikhail
Gorbatchov. “Foi o primeiro track de rap a passar no canal MTV em russo. Um
grande êxito. Eu fui o primeiro rapper negro que cantou em língua russa”,
sublinha com orgulho. Hoje dirige o Estúdio Force Records, que já editou sete
álbuns seus e prepara mais três para o próximo ano. Mas o sonho maior é
regressar à Guiné-Bissau. “Quero fazer alguma coisa pelo meu país, para que ele
se levante. Antes, a minha família não me recomendava a ir à Guiné pois Nino
estava vivo, mas, agora, estou a preparar a minha viagem e concertos em 2010 na
minha terra”, declara Pansau, deixando escapar emoção e saudade. “Estou a
preparar um álbum em crioulo. Já tem nome: “Outro cara”, acrescenta.
Paralelamente, prepara um album com o rap cabo-verdiano Dério Nunes, também
residente em Moscovo. Pansau quer lembrar que “Cabo Verde e Guiné-Bissau
continuam juntos”. Não obstante todas as dificuldades, o rap guineense não
esconde as saudades pela União Soviética. “Agradeço a Deus por me ter mostrado
a URSS, pois a Rússia é muito diferente. Os soviéticos olhavam com respeito
para os negros, o que não acontece agora. O racismo é muito”, considera. “Fui
educado como comunista e não vejo mal nenhum no socialismo. Para mim, o
socialismo é ver o meu povo feliz”
Fim
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